E a arrecadação?

O governo federal diz estar preocupado com o endividamento gerado pelo Bolsa-Pandemia.

De fato, o dispêndio elevou a dívida interna, ultrapassou 90% do PIB, a bruta.

Bom, vamos entender que não houve apuração efetiva dos beneficiários, alguns falam em 600 mil pessoas, outros, em mais de 01 (um) milhão de Bolsas desnecessárias.

Enfim, a maior parte dos benefícios voltou-se para o consumo e a União, Estados e Municípios (principalmente) arrecadaram impostos que jamais sonhariam.

Qual a opção?

Não “gastar” e deixar a população ao bel-prazer de um vírus fatal e mutante?

Por mais que se queira, o nível de emprego não ressurgirá do nada, não há sombra de investimento externo.

Vivemos uma situação atípica, nenhum de nós passou por algo similar.

Países que não concederam ou concederam um auxílio insuficiente amargaram queda substancial em seu Produto Interno.

Não fazer NADA não parece boa solução.

O país entrará em forte recessão rapidamente.

A pandemia, até o momento, não parece recuar, ao contrário.


BTOW3

O mercado brasileiro possui uma característica interessante.

Uma empresa não precisa dar lucro, pagar dividendos.

Sua ação sobe!

Se uma Amazon não desse lucros, sua cotação em Bolsa não seria a mesma.

– Ahh, mas e a Tesla?

Tesla é pura tecnologia, é o wishful thinking, ela é o futuro, dará lucros, como não?

Há anos elas prometem “arrebentar”, mas não.

BTOW3, o que possui de especial?

Muita mídia, sem dúvida.

Lucro, dividendo? Nenhum.

BTOW3 possui fortes concorrentes, Amazon e Mercado Livre.

O investidor americano acredita na Amazon, ele confia nos seus resultados positivos, inclusive no Brasil.

BTOW3 ainda permanece na promessa.

Há anos.

Mas seus investidores não podem reclamar.

Mesmo sem distribuir dividendos, sem apresentar lucro, sua ação é apreciada pelo mercado.

Os resultados da empresa não parecem importantes, mas seu conceito, sim.

Um faz-de-conta é bastante.

E a pandemia?

Pois é.

Como ficaremos sem mercado de trabalho e sem sustentação pelo governo federal? E os Estados e Municípios, o que farão?

A pandemia recrudesceu e as perspectivas não são as melhores.

Ao contrário, os especialistas avisam que a variante “Manaus” é muito pior que a original.

Se 2020 foi difícil, apesar da alavancagem proporcionada pelo Congresso, imaginemos 2021.

Não é factível, não dá para imaginar.

Precisamos, ao menos, volver a 2020.

O que era péssimo pode e deve ficar ainda pior.

Não há como falar no longo prazo, não há como imaginar as vendas pelo comércio ou pela indústria no mercado interno. O mercado externo sobreviverá, a China é nossa cliente principal.

Empresas exportadoras podem sobreviver.

Estamos em guerra interna e sem armas.

As vacinas, incipentes.

E a probalidade de não serem eficazes.

Não, a gente nunca viu nada igual.

O que esperar de Biden?

Inicialmente, ser empossado.

Trump, pelo que demonstrou como Presidente (e como empresário), gosta de riscos.

Lutará, é certo.

Uma eleição renhida, milhões de votos antecipados, Trump alegará o impossível.

Biden, empossado, encontrará fortes resquícios da estranha administração anterior e em todas as searas.

E buscará refazer o que foi desfeito.

O melhor é aguardar, o futuro está distante.

E o Brasil?

O Brasil tomou uma decisão, congelar seu gastos.

Adiantou?

Não, não adiantou. E o país comemora, hoje, o asfaltamento de 50 kms de uma rodovia e nada mais.

O patrimônio nacional é vendido como em um feirão, mas há poucos ou sempre os mesmos compradores.

A dívida interna não para de crescer, não.

A pandemia, sim, veio pra danar de vez.

Já não estava bom, piorou.

O desemprego explodiu e já chega a 40% na faixa dos mais jovens.

Não há solução dentro do “modelo” atual. Afinal, sequer sabemos qual é o modelo atual.

É esperar o tempo passar até a situação tornar-se insuportável.

Não parece estar longe.